domingo, 24 de maio de 2015

Resoluções HD, Full HD, 4K, 8K e outras

Introdução
Graças à variedade de smartphones, t[​IMG]ablets, monitores, laptops e TVs com dezenas de polegadas, nunca tivemos telas com tamanhos tão diferentes quanto hoje. Atrelada a este cenário está outra característica também rica em opções: a resolução. Termos como HDFull HD1080p4K8KXVGAe outros fazem cada vez mais parte da nossa "vida digital".
Mas, afinal, o que é resolução? Qual a diferença entre HD, Full HD, 4K e afins? Como é a relação entre tamanho de tela e resolução? Se estas e outras perguntas semelhantes permeiam a sua mente, não se preocupe: nas próximas linhas, o InfoWester explica tudo o que você precisa saber sobre o assunto.
Se você já sabe o que é tamanho de tela, resolução, densidade de pixels e aspect ratio, pode usar a lista a seguir para pular para o tópico de seu interesse. Mas é claro que a leitura na íntegra é recomendável para melhor compreensão ;-)


O que é resolução?

Há quem confunda resolução com tamanho de tela. Mesmo que esse não seja o seu caso, é conveniente aprender / relembrar como é feita a medição de uma tela antes de chegarmos à explicação sobre resoluções.

Tamanho de tela (em polegadas)

No universo das telas, há duas medidas fundamentais que são relacionadas, mas não iguais: tamanho e resolução. A primeira faz referência às dimensões físicas da tela; a segunda, à quantidade de informação que é possível exibir dentro desses limites físicos.
Por padrão, o tamanho da tela é medido em polegadas (inch, em inglês). Cada polegada, vale frisar, equivale a 2,54 centímetros ou 25,4 milímetros e também pode ser representada pelo caractere de aspas, por exemplo: 32" (32 polegadas).
Toda vez que você ouvir falar de um smartphone de 5 polegadas ou de uma TV de 40 polegadas, portanto, saberá que a medida faz referência ao tamanho da tela do dispositivo. Um tablet de 10", por exemplo, indica que a sua tela tem 25,4 centímetros (10 x 25,4).
Só que essa é uma informação um tanto imprecisa, pois as telas normalmente são retangulares, com esse "retângulo" podendo ter proporções diferentes na horizontal e na vertical, certo? Sim. É por isso que a medição é feita considerando a diagonal da tela.
Em outras palavras, medimos o tamanho da tela calculando a distância em polegadas do canto esquerdo inferior ao canto direito superior (ou vice-versa), como mostram as figuras a seguir:
Tamanho de tela: definido pelo medida da diagonal em polegadas
Tamanho de tela: definido pelo medida da diagonal em polegadas (Imagem original por LG)
O Samsung Galaxy S5 tem tela de 5,1 polegadas (Imagem original por Samsung)
O Samsung Galaxy S5 tem tela de 5,1 polegadas (Imagem original por Samsung)

Resolução de tela

Você já sabe que, por padrão, as telas têm formato retangular. Isso significa que a área desses dispositivos considera a sua largura (horizontal) e a sua altura (vertical).
É aqui que chegamos à resolução: a imagem exibida na tela é dividida em minúsculos pontos chamados pixels. Você pode entender um pixel como sendo o menor tamanho que uma imagem pode ter.
Os pixels são organizados em linhas (horizontal) e colunas (vertical). A resolução, portanto, nada mais é do que a medição que indica quantos pixels há em cada linha e em cada coluna da tela.
Assim, uma resolução de 1920 x 1080 pixels indica que a tela é capaz de exibir 1920 pixels por linha e 1080 por coluna. É como uma matriz. Via de regra, o primeiro número faz referência à largura; o segundo, à altura da tela.
Resolução: pixels na horitontal e na vertical
Resolução: pixels na horitontal e na vertical (Imagem original por Samsung)
Note que essa medida também é válida para imagens e vídeos. Você pode ter, por exemplo, uma figura de 300 x 250 pixels ou um filme de 720 x 405 pixels.

Relação entre tamanho de tela e resolução

Você já sabe que os pixels são a menor informação que uma tela pode exibir. A não ser que esteja lendo esse texto em papel, você talvez consiga distinguí-las agora se aproximar bem os olhos do monitor ou do dispositivo móvel com o qual estiver acessando esta página. Mas, por que não há uma medida fixa para definir os pixels?
Porque o tamanho dos pixels não é, necessariamente, igual em todos os dispositivos. Você pode ter duas telas de 20 polegadas, por exemplo, mas uma suporta resolução de até 1600 x 900 pixels e a outra, mesmo tendo as mesmas dimensões físicas, trabalha com resolução máxima de 1366 x 768 pixels. Se você tentar fazer exibir uma resolução maior que a suportada, o dispositivo não funcionará corretamente.
Cada pixel suporta uma cor, ou seja, uma informação. Logo, quanto mais pixels existirem, mais detalhada e rica será a imagem, pois mais informações a tela poderá exibir. Portanto, o monitor do exemplo que possui 1600 x 900 pixels pode ser considerado melhor que o segundo para determinadas aplicações.
A imagem abaixo é um exemplo que compara a mesma imagem em resoluções diferentes. A foto da direita, que possui 300 x 225 pixels, é exibida de maneira mais detalhada que a figura à esquerda, que conta com 160 x 120 pixels.
A foto da direita tem melhor resolução
A foto da direita tem melhor resolução

Densidade de pixels (PPI)

Tudo bem que as telas podem ser compatíveis com resoluções diferentes, mesmo assim, não é estranho que um monitor de 20 polegadas suporte resolução máxima de 1366 x 768 pixels e um Apple iPhone 6, por exemplo, consiga fazer 1334 por 750 pixels caberem dentro de uma tela de 4,7 polegadas? Quer dizer, considerando as devidas proporções, esta diferença não deveria ser muito maior?
O que acontece é que, com a evolução da tecnologia, as telas atuais passaram a suportar resoluções cada vez maiores, mesmo tendo dimensões reduzidas. É como se o pixel tivesse ficado tão pequeno ao ponto de ser (quase) impossível distinguí-lo com os olhos.
No caso do iPhone e outros produtos da Apple, esse feito deve-se a uma tecnologia que a empresa chamada comercialmente de Retina. Trata-se de uma técnica que permite a obtenção de pixels tão pequenos (78 micrômetros no iPhone 4 e 86 no iPad 3, por exemplo) que o efeito obtido equivale à existência de quatro pixels onde antes havia um só.
À esquerda, uma tela convencional; à direita, uma tela com Retina, isto é, alta densidade de pixels
À esquerda, uma tela convencional; à direita, uma tela com Retina, isto é, alta densidade de pixels (Imagem original porMashable
Esse dinamismo todo faz com que considerar um pixel como sendo a menor informação exibida numa tela perca um pouco de sentido, especialmente em dispositivos móveis: mais do que a resolução em si, a noção de qualidade passa a considerar o quão difícil é possível distinguir os pontos na tela.
Para tanto, convencionou-se considerar a densidade de pixels. Isso é feito por meio da medida PPI, sigla para Pixel Per Inch ou, em bom português, Pixels por Polegada.
Quanto maior o PPI, melhor a qualidade da tela: se há mais pontos, mas as dimensões físicas não mudam, pode-se então incluir mais detalhes ali.
Tal aspecto até pode não fazer muita diferença em telas grandes, como as das TVs, mas tem bastante relevância em laptops, tablets e smartphones, uma vez que utilizamos esses dispositivos de maneira muita mais próxima aos olhos. O já mencionado iPhone 6, por exemplo, tem tela com 326 PPI.
É importante não confundir PPI com DPI (Dots Per Inch ou Pontos Por Polegada). Essa última medida é semelhante, mas é comumente aplicada em atividades de impressão.

Aspect ratio (ou Proporção de tela)

Há outra característica deveras importante relacionada às telas: a proporção que determina quão largas estas são. Algumas telas têm formato mais "quadrado", embora não o sejam de fato. Outras são mais "esticadas", remetendo aos telões dos cinemas.
Como esse fator pode influenciar na exibição de imagens, vídeos e até mesmo nas resoluções, a indústria trabalha com padrões pré-determinados de formatos: o aspect ratio ou proporção de tela.
Até pouco tempo atrás, especialmente na época dos televisores e monitores CRT, o mais comum era o formato 4:3. Isso significa que, para cada quatro partes iguais de largura, a tela possui outras três de mesma proporção na altura. Dividindo esse número, temos 1,33, assim, esse resultado também pode ser utilizado para descrever o formato, embora não seja habitual.
Atualmente, o aspect ratio mais comum é o 16:9: repetindo a fórmula, para cada 16 partes iguais na largura, há outras 9 de mesmo tamanho na altura.
Esse é um formato panorâmico, ou seja, widescreen, e se tornou o mais comum no mercado. Mas há outros, embora a maioria seja pouco utilizada:
  • 3:2
  • 4:3
  • 5:4
  • 14:9
  • 16:9
  • 16:10 (ou 8:5)
  • 17:9
  • 21:9
Monitores com aspect ratio de 4:3, 16:9 e 21:9 (Imagens originais por LG)
Monitores com aspect ratio de 4:3, 16:9 e 21:9 (Imagens originais por LG)
Perceba que o aspect ratio precisa combinar com a resolução. Uma tela de 4:3, por exemplo, não será preenchida adequadamente se trabalhar com 1600 x 900 pixels.

Padrões de resoluções

A indústria também se viu na obrigação de adotar padrões de resoluções. Entre outras razões, isso se deve ao uso desse aspecto para indicar a qualidade de imagem: em tese, quanto maior a resolução, melhor a qualidade, como você já sabe.
É neste ponto que entram em cena denominações como Full HD e 4K. O que esses termos querem dizer, já que eles não informam explicitamente qual a resolução da tela?
Para que você possa compreender, as principais resoluções são explicadas nos tópicos a seguir, uma a uma.

Resolução VGA e suas variações: QVGA, HVGA, WVGA e FWVGA e outras

VGA (Video Graphics Array) é um padrão de saída de vídeo criado nos anos 1980. Foi o principal formato do tipo no mercado por muito tempo, até perder espaço progressivamente para padrões mais sofisticados, como DVI e HDMI.
Uma das várias características desse padrão é o uso da resolução de 640 x 480 pixels, razão pela qual essa combinação ficou conhecida como resolução VGA.
A partir dos anos 2000, começaram a surgir telefones e outros dispositivos móveis cujas telas tinham o VGA apenas como uma referência e, assim, utilizavam resoluções consideradas variações.
Uma delas é a QVGA (Quarter VGA), que possui 320 x 240 pixels. Um dos dispositivos baseados nesta resolução é o smartphone Sony Xperia X10 mini. Uma variante desta é a WQVGA (Wide QVGA), que conta com largura maior, mas mantém a altura: 400 x 240 pixels.
VGA versus QVGA
VGA versus QVGA
Para se adaptar a determinados dispositivos, do VGA em si também saíram versões "alargadas". Uma delas é a WVGA (Wide WVGA), que conta com 800 x 480 pixels e foi utilizada, por exemplo, nos aparelhos Google Nexus One e Samsung Galaxy S.
Outra é a FWVGA (Full Wide VGA), que expressa a resolução de 854 x 480 pixels e foi utilizada no smartphone Motorola Droid, por exemplo.
Neste ponto, é conveniente lembrar que todas essas resoluções costumam ter pequenas variações para se adequar ao aspect ratio de um dispositivo. O WVGA, por exemplo, pode possuir 720 x 480 pixels para se adequar a uma tela com proporção 16:10.
A lista abaixo mostra um resumo das resoluções VGA, incluindo algumas variações ainda não mencionadas. Não se assuste com a quantidade, tampouco se preocupe em decorá-las. A maioria é pouco utilizada, portanto, basta consultar páginas como esta para saber a resolução que cada uma representa:
  • VGA: 640 x 480 pixels;
  • WVGA: 800 x 480 pixels;
  • FWVGA: 854 x 480 pixels;
  • QVGA: 320 x 240 pixels;
  • QQVGA: 160 x 120 pixels;
  • HQVGA: 240 x 160 pixels;
  • WQVGA: 400 x 240 pixels;
  • HVGA: 480 x 320 pixels;
  • WVGA: 800 x 480 pixels;
  • SVGA: 800 x 600 pixels;
  • DVGA: 960 x 640 pixels;
  • WSVGA: 1024 x 600 pixels.

Resolução XGA e semelhantes: WXGA, SXGA, UXGA e outras

XGA (Extended Graphics Array) surgiu na década de 1990 como complemento às especificações do VGA e do Super VGA. No que diz respeito às resoluções, esse padrão é usado para indicar a combinação de 1024 x 768 pixels que, por muito tempo, foi muito comum em telas no formato 4:3.
Aqui também há variações mais "alargadas" e devidamente chamadas de WXGA (Wide XGA). Esse nome pode se referir a pelo menos seis resoluções:
  • 1152 x 768 pixels;
  • 1280 x 720 pixels;
  • 1280 x 768 pixels;
  • 1280 x 800 pixels;
  • 1360 x 768 pixels;
  • 1366 x 768 pixels.
O Google Nexus 4 é um exemplo de smartphone que usa uma resolução WXGA, no caso, a combinação de 1280 x 768 pixels.
O Nexus 4 tem tela com 1280 x 768 pixels
O Nexus 4 tem tela com 1280 x 768 pixels (Imagem original por LG)
Há ainda uma versão denominada XGA+ que representa as resoluções de 1152 x 900 e 1152 x 864 pixels.
A seguir, um resumo com todas (ou quase todas) as variações do XGA. Novamente, não se preocupe em decorá-las:
  • XGA: 1024 x 768 pixels;
  • WXGA: de 1152 x 768 a 1366 x 768 pixels;
  • XGA+: 1152 x 900 e 1152 x 864 pixels;
  • WXGA+: 1440 x 900 pixels (há divergências quanto à existência desta resolução);
  • SXGA: 1280 x 1024 pixels;
  • SXGA+: 1400 x 1050 pixels;
  • WSWGA+: 1680 x 1050 pixels;
  • UXGA: 1600 x 1200 pixels;
  • WUXGA: 1920 x 1200 pixels;
  • QWXGA: 2048 x 1152 pixels;
  • QXGA: 2048 x 1536 pixels;
  • WQXGA: 2560 x 1600 pixels.
Aqui, convém citar que, de certa forma, as resoluções que possuem 720 pixels ou mais podem ser consideradas High Definition (Alta Definição). Você entenderá o porquê nos próximos tópicos. Antes disso, é válido conhecer as variações de "altíssima definição" do XGA:
  • QSXGA: 2560 x 2048 pixels;
  • WQSXGA: 3200 x 2048 pixels;
  • QUXGA: 3200 x 2400 pixels;
  • WQUXGA: 3840 x 2400 pixels;
  • HXGA: 4096 x 3072 pixels;
  • WHXGA: 5120 x 3200 pixels;
  • HSXGA:  5120 x 4096 pixels;
  • WHSXGA: 6400 x 4096 pixels;
  • HUXGA: 6400 x 4800 pixels;
  • WHUXGA: 7680 x 4800 pixels (ufa!).

Resolução HD (720p)

Diante do advento dos dispositivos móveis com telas sofisticadas e de TVs LCD, LED, Plasma e afinscada vez maiores, o mercado adotou uma resolução padrão não só para diminuir os problemas na exibição de conteúdo nesses dispositivos como também para apresentar um apelo fortemente comercial. É aí que surge o que conhecemos como resolução HD, sigla para High Definition (Alta Definição).
O HD faz referência à resolução de 1280 x 720 pixels, que por sua vez combina com telas widescreen (16:9). Em geral, as imagens que respeitam essa resolução apresentam qualidade bastante satisfatória.
O HD se tornou, de fato, uma referência no mercado, podendo ser encontrado em TVs de custo baixo e intermediário, assim como em smartphones e tablets. Só é preciso tomar cuidado para não confundir com suas duas variações: o nHD, que possui 640 x 360 pixels e o qHD, que conta com 960 x 540 pixels.

720p e 720i

Outro fator que resultou no surgimento da resolução HD é o padrão HDTV (High-Definition Television ou, no Brasil, TV de Alta Definição), que determina um conjunto de parâmetros para substituir sistemas de televisão tradicionais, como NTSC e PAL. Entre esses critérios está a associação da resolução de 1280 x 720 pixels com o aspect ratio de 16:9.
A essa altura, talvez você já tenha entendido: o termo 720p, que é muito utilizado, também é uma denominação que indica a resolução HD, isto é, de 1280 x 720 pixels. Mas, de onde é que saiu essa letra 'p'?
Os olhos humanos não percebem, mas o conteúdo da TV é atualizado várias vezes por segundo. Esse processo é chamado de Refresh Rate ou Taxa de Atualização e, normalmente, é medido em Hz (Hertz). Uma TV com 60 Hz, por exemplo, renova suas imagens 60 vezes por segundo. Teoricamente, quando maior esse número, mais "confortável" é a exibição da imagem na tela.
É daqui que vem o 'p'. A letra faz referência à técnica de Progressive Scan (Varredura Progressiva), que também é um dos parâmetros da HDTV. O termo indica que a atualização da tela acontece em todas as linhas desta, de cima para baixo, ou seja, todo o conteúdo exibido é renovado em uma etapa só.
Pode parecer um tanto óbvio, mas é que sistemas de TV mais antigos utilizam o Interlaced Scan(Varredura Entrelaçada), onde a atualização acontece de maneira semelhante, mas primeiro as linhas pares são atualizadas, depois as linhas ímpares, em um esquema do tipo "linha sim, linha não".
Interlaced scan: primeiro um grupo de linhas, depois o outro
Interlaced scan: primeiro um grupo de linhas, depois o outro
O Interlaced Scan é representado pela letra 'i', portanto, pode existir também o padrão 720i. Mas, não há registro de uso oficial desse termo, mesmo porque a tecnologia atual suporta 720p mesmo nos dispositivos mais simples, não havendo razão para a adoção do modo entrelaçado.
Vale destacar que os padrões que não alcançam as especificações HDTV costumam se enquadrar nas características do SDTV (Standard-Definition TeleVision). As suas resoluções mais comuns são 704 (ou 720) x 576 pixels e 704 (ou 720) x 480 pixels.

Resolução Full HD (1080p)

Se o HD já resulta em imagens muito boas, o Full HD aparece para oferecer uma experiência ainda mais enriquecedora. O termo, que também pode ser abreviado como FHD (embora essa sigla seja pouca usada), representa a resolução de 1920 x 1080 pixels, igualmente (ou mais) apropriada à proporção de 16:9.
Tal como o HD, o Full HD ganhou forte apelo comercial, algo no estilo "o HD é bom, mas o Full HD é ainda melhor". Equipamentos um pouco mais sofisticados são o alvo desse tipo de tela, como é o caso dos smartphones Samsung Galaxy S5 e do Google Nexus 5, além de monitores e TVs de diversos tamanhos, é claro.
TV Full HD
TV Full HD de 40 polegadas (Imagem original por Samsung)

1080p e 1080i

A resolução Full HD também é reconhecida nas especificações da HDTV e, consequentemente, recebe uma denominação orientada à quantidade de linhas em Progressive Scan: 1080p. Assim, você já sabe que um dispositivo que ostenta esse nome em suas especificações é Full HD.
Embora não sejam muito comuns, é possível encontrar ainda dispositivos 1080i: suas telas suportam a resolução Full HD, mas com atualização em modo Interlaced Scan.
Selo que informa que uma tela � 1080p
Selo Full HD / 1080p

Resumo

As resoluções HD e Full HD tornaram-se referência no mercado, o que é bastante útil porque esse aspecto reflete na padronização dos formatos de vídeos e imagens, por exemplo, assim como facilita a vida do consumidor, que não se perde no meio de tantas resoluções possíveis. Como mostra o resumo a seguir, as variações são poucas:
  • HD (720p): 1280 x 720 pixels;
  • nHD: 640 x 360 pixels;
  • qHD: 960 x 540 pixels;
  • Full HD (FHD ou 1080p): 1920 x 1080 pixels;
  • QHD (WQHD): 2560 x 1440 pixels.
Como a quantidade mínima de pixels na vertical para uma resolução ser considerada de alta definição é de 720, criou-se informalmente o entendimento de que qualquer valor acima disso é HD. Não deixa de ser correto, mas para um produto receber esta sigla ou a Full HD precisa respeitar as resoluções definidas para cada padrão.

Resolução 4K (UHD ou 2160p)

Ainda estamos apreciando nossos dispositivos Full HD, mas a indústria não perdeu tempo e já tornou realidade um padrão superior - quatro vezes superior, na verdade: a resolução 4K, que representa a generosíssima combinação de 3840 x 2160 pixels.
TV 4K da linha Bravia
TV 4K da linha Bravia (Imagem por Sony)
Também chamada de Ultra HD (UHD), a resolução 4K começou a ser desenvolvida em 2003, passando a ser usada pra valer em meados de 2006, pelo cinema. Poucos anos depois, no entanto, já era possível encontrar telas UHD em televisões mais sofisticadas e que custam alguns milhares de dólares.
É muito difícil encontrar uma TV 4K que tenha menos de 50 polegadas de tamanho. A razão é que, pelo menos até momento, somente equipamentos maiores conseguem aliar viabilidade técnica de construção e qualidade de imagem notoriamente superior.
É por isso que, embora haja promessas de smartphones com 4K (nenhum modelo havia sido publicado até a conclusão deste texto), muita gente vê a ideia com desconfiança: em telas pequenas, as diferenças entre Ultra HD e 4K dificilmente podem ser notadas. Teremos que esperar a indústria superar todas as limitações técnicas e lançar algum dispositivo do tipo para fazermos a prova da verdade.
Tal como nos demais padrões, a resolução 4K também tem suas variações. A combinação de 3840 x 2160 pixels é tida com a principal porque é a resolução existente nas especificações do Ultra HD Television, também conhecido como UHDTV. Assim, também podemos utilizar uma denominação que faz referência à medida vertical com Progressive Scan: 2160p. Só que, ao contrário dos termos 720p e 1080p, o nome 2160p não é muito utilizado.
Outra resolução que também é representada pela sigla 4K (mas não pela UHDTV) é a de 4096 x 2160 pixels, que foi adotada oficialmente pela Digital Cinema Initiatives (DCI), entidade formada por grandes empresas da indústria cinematográfica para determinar padrões para o segmento.
De fato, é no cinema que a resolução de 4096 x 2160 pixels melhor cumpre o seu papel, uma vez que essa combinação é mais apropriada a telas ou projeções com aspect ratio de 17:9 existentes em salas mais modernas, enquanto que a maioria das TVs se prende à proporção de 16:9. Por causa dessa diferença, a resolução de 4096 x 2160 pixels também costuma ser chamada de DCI 4K.
A montagem abaixo dá uma boa noção da "generosidade" da resolução Ultra HD:
VGA versus Full HD x 4K
VGA versus Full HD x 4K
Eis as suas principais variações:
  • 4K (UHDTV ou QFHD): 3840 x 2160 pixels;
  • 4K (Ultra Wide HDTV): 5120 x 2160 pixels;
  • DCI 4K: 4096 x 2160, 4096 x 1716 (incomum) e 3996 x 2160 pixels (também incomum).

Por que a letra 'K' em 4K?

Assim como HD e Full HD, o termo 4K não só faz referência a uma resolução como também tem forte apelo comercial. Mas, se o padrão também pode ser chamado de Ultra HD ou UHD, por que o 4K é a expressão mais usada?
Acontece que a letra 'K', na língua inglesa, é comumente utilizada para representar o número mil. Assim, se você tiver 2 mil ou 3 mil unidades de qualquer coisa, pode chamar esta quantia de 2K ou 3K, por exemplo.
Como a resolução horizontal do UHDTV é um número que se aproxima de 4000 (e o supera, no caso do DCI), presume-se que a sigla 4K passou a ser usada para representá-la porque transmite uma noção mais clara de sua grandiosidade.
Aqui, vale observar que a existência do 4K não significa que o HD e o Full HD ficarão delegados ao passado, pelo menos não por um bom tempo. Esses padrões apresentam qualidade satisfatória em celulares, tablets e mesmo televisores.
Além disso, o 4K conta com algumas desvantagens. Para começar, a quantidade de conteúdo nesse formato ainda é pequena, embora já haja filmes, transmissões de eventos esportivos e até mesmo suporte a UHD em serviços como o YouTube.
Outra possível desvantagem é que transmissões 4K exigem conexões à internet bastante rápidas, o que ainda não é realidade para muita gente, mesmo em países desenvolvidos.

Resolução 2K

Do ponto de vista comercial, pulamos do Full HD direto para o 4K, mas há um intermediário aqui: aresolução 2K. Só não é muito comum encontrar dispositivos que ostentem um selo com esse nome.
A principal razão para isso é que o 2K faz referência à resolução de 2048 x 1080 pixels. Como esta combinação é apenas um pouco maior que o Full HD (1920 x 1080), para a indústria foi mais interessante partir direto para o 4K.
Aqui também há variações:
  • 2K: 2048 x 1080 pixels;
  • DCI 2K: 2048 x 858 ou 1998 x 1080 pixels.

Resolução 5K

No segundo semestre de 2014, o mercado começou a ver a chegada de alguns poucos, mas interessantes produtos com resolução 5K. A linha de monitores de 27 polegadas UltraSharp, da Dell, é um exemplo.
A denominação 5K faz referência à resolução de 5120 x 2880 pixels (é um pouco maior que as combinações 4K, portanto) e pode trabalhar com telas de aspect ratio de 16:9 ou proporções próximas a essa.

Resolução 8K (FUHD ou 4320p)

Ao apresentar imagens quatro vezes maiores que no Full HD, a resolução 4K é espantosa o suficiente para não existir necessidade de nada ainda mais avançado, certo? A resolução 8K vem para provar que a resposta é "não".
Podendo também ser chamada de Full Ultra HD (FUHD) ou 8K UHD, a resolução 8K define uma combinação de 7680 x 4320 pixels, o que a torna 16 vezes maior que o Full HD (relembrando, 1920 x 1080 pixels). Não entendeu como? Observe a ilustração a seguir:
Resolução 8K: 16 vezes maior que o Full HD
Resolução 8K: 16 vezes maior que o Full HD
Uma vez que telas 8K ainda estão sendo desenvolvidas, há pouquíssimos equipamentos compatíveis com essa resolução. De qualquer forma, o formato deverá abranger tanto telas de cinema quanto televisores. Não por menos, a resolução 8K também é reconhecida pelas especificações do UHDTV, o que lhe confere o nome 4320p.
Aqui - adivinhe - também há variações nas resoluções, mas cada uma delas está diretamente ligada a um aspect ratio diferente:
  • 7680 x 4320 pixels: 16:9;
  • 8192 x 4320 pixels: 17:9;
  • 8192 x 5120 pixels: 16:10 (ou 8:5);
  • 10080 x 4320 pixels: 21:9.
Há ainda uma resolução inusitada chamada de 8K Fulldome que apresenta 8192 x 8192 pixels. Seu uso é direcionado a equipamentos de projeção utilizados em planetários, por exemplo.
A previsão é a de que telas e conteúdo 8K só comecem a surgir regularmente por volta de 2020. A principal empresa que aposta neste padrão é a japonesa NHK, que chama a resolução de Super Hi-Vision (SHV). Os desafios para a sua implementação são realmente grandes: atualmente, os benefícios de uma resolução tão alta só aparecem em TVs com mais de 80 polegadas.

Finalizando

No meio de tantas resoluções, você pode estar se pergutando: qual é a melhor? Bom, depende. Para quem vai comprar uma TV, já há vasto conteúdo oferecido em HD ou mesmo em Full HD a partir de Blu-ray ou serviços on-line como Netflix, por exemplo.
Felizmente, a maioria dos televisores atuais trabalham com essas resoluções. Já há alguma coisa também em 4K - inclusive, smartphones como Samsung Galaxy S5 já são capazes de gravar vídeos nesta resolução -, mas as TVs que exploram essa característica não são nada baratas.
Para smartphones, a situação é bem mais amena: na maioria das vezes, uma resolução baseada em algum padrão VGA dá conta do recado. Dá também para encontrar aparelhos com resoluções mais altas, como HD e Full HD (comum em dispostivos com 5 ou mais polegadas), mas é necessário ter ciência de que estas opções, não raramente, são mais caras.
De modo geral, a dica é esta: analisar todos os fatores que levam à melhor relação custo-benefício. No cenário atual, nem sempre as resoluções mais sofiscadas se encaixam neste contexto.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

M. Bison é confirmado em Street Fighter 5; veja o trailer





A Capcom divulgou um novo trailer de Street Fighter 5, revelando que mais um personagem tradicional da franquia estará de volta nesta versão: M. Bison.
Um dos nomes mais poderosos de Street Fighter, Bison aparece no trailer com cabelos grisalhos e com poderes novos, apesar de manter os tradicionais.



Já se esperava que M. Bison fosse confirmado porque, quando divulgou a volta de Charlie Nash, a Capcom mostrou um pouco do Ditador ao final do trailer (confira).
Street Fighter 5 tem previsão de lançamento apenas para 2016, sem uma data concreta. Entre consoles, o game será exclusivo para o PlayStation 4, mas também haverá versão para o PC.

Conheça a planta que cresce onde há diamantes


Até agora, todas as vezes que os cientistas encontraram a planta, encontraram também kimberlito, que pode abrigar diamantes

Ela é cheia de espinhos, parece uma palmeira e pode chegar a 10 metros de altura.

Mas a Pandanus candelabrum - uma planta identificada recentemente na Libéria - tem uma característica singular: aparentemente, só cresce em zonas onde há chaminés de kimberlito, formações rochosas de origem vulcânica que podem abrigar grandes quantidades de diamantes.

"Na Libéria - pelo menos - temos descoberto uma relação um para um: cada vez que encontramos a planta, encontramos kimberlito", disse à BBC Mundo Stephen Haggerty, geólogo da Universidade Internacional da Flórida, em Miami, nos Estados Unidos, e autor do estudo publicado na Economic Geology.

Leia mais: Como fabricar um diamante do nada

Haggerty acredita que a planta se adaptou a esses terrenos porque contém níveis elevados de magnésio, potássio e fósforo que constituem um "fertilizante muito bom".

Mas encontrar essa planta significa descobrir um tesouro?

Segundo Haggerty, as amostras não são estatisticamente significativas para fazer uma afirmação tão contundente.

Além disso, acrescenta, há outros requisitos fundamentais que precisam estar presentes.

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"Os diamantes estão restritos geologicamente. Só se encontram nas regiões mais antigas da crosta terrestre [em partes da África, Canadá, Sibéria, Brasil]", destaca o pesquisador.

E a família desta planta aparece em regiões tropicais e subtropicais.


Se você encontrar a planta, não vai encontrar necessariamente diamantes. Tem que estar em um país onde eles existam."
Stephen Haggerty, geólogo da Universidade Internacional da Flórida
THINKSTOCK

"Então, só se esses dois elementos se combinam existe a possibilidade de se achar kimberlito e, se você encontra kimberlito, há chances de encontrar diamantes" acrescenta.

As chaminés de kimberlito são raras. Das mais de 6.000 que se conhece, cerca de 600 contém diamantes. E, dessas, apenas 60 contém diamantes em quantidade necessária para justificar o custa da extração, esclarece o cientista.
Benefícios

A descoberta tem o potencial de mudar radicalmente a forma como se faz prospecção para buscar diamantes.

Detectar um indicador de sua presença em superfície demanda menos trabalho e custo menor.

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"Poderia ser [um método] particularmente útil em lugares como a Amazônia, onde a floresta é muito frondosa e onde é preciso escavar muitos metros antes de ver se há kimberlito", disse Haggerty.

E, para os países da África que passaram por guerras e foram assolados pela epidemia do ebola, destaca Steven Shirey, geólogo especializado em diamantes do Instituto Carnegie para a Ciência, nos EUA, a exploração mineral das chaminés de kimberlito pode oferecer benefícios econômicos sem gerar grandes danos ambientais, já que este tipo de minas - estreitas e verticais - têm um impacto muito menor que, por exemplo, as minas de cobre a céu aberto.

Mas Haggerty teme que muitos comecem a procurar diamantes desenfreadamente se encontrarem um exemplar de Pandanus candelabrum.

"Sou ambientalista e esta é uma planta exótica, por isso me preocupa que [a descoberta] possa ter um impacto negativo no sentido de que se comece a escavar sem ter em mente todos os elementos que devem estar presentes."

"Se você encontrar a planta, não vai encontrar necessariamente diamantes. Tem que estar em um país onde eles existam."

terça-feira, 19 de maio de 2015

YouTube completa 10 anos: confira os vídeos mais vistos de todos os tempos no Brasil

Em maio, o YouTube completa 10 anos de existência e, por isso, a plataforma de vídeos tem feito listas mostrando os clipes que mais marcaram essa década de sucesso. Na semana passada, foi a vez dos tutoriais mais procurados e assistidos, e, agora, o YouTube trouxe a lista de vídeos mais vistos de todos os tempos no Brasil.


Por aqui, o top 10 é composto totalmente por clipes musicais, seja da natureza que for. O mais visto até hoje é “Pintinho Amarelinho”, do canal Galinha Pintadinha. Basicamente, tem muitas mães pelo país distraindo seus filhos com o YouTube hoje em dia. Fora isso, no top 10 brasileiro, apenas três clipes internacionais entraram. Confira:
Os vídeos mais vistos de todos os tempos
1. "Pintinho Amarelinho" - Canal: Galinha Pintadinha



2. "Baby" - Canal: Justin Bieber



3. “Tudo Que Você Quiser” - Canal: Luan Santana


4. “Show das Poderosas” - Canal: Anitta


5. “Cuide Bem Dela” - Canal: Henrique e Juliano


6. “Gangnam Style” - Canal: PSY


7. “Dark Horse” - Canal: Katy Perry


8. “Ai Se Eu Te Pego” - Canal: Michel Teló


9. “Domingo de Manhã” - Canal: Marcos e Belutti


10. “Mozão” - Canal: Lucas Lucco


O YouTube ainda divulgou duas outras listas mostrando os “vídeos realmente musicais” mais vistos e também os “não musicais”. Nesse último, podemos ver a participação de Joel Santana, do viral “Para Nossa Alegria” e de alguns outros.
Musicais (com artistas reais) 
1. "Baby" - Canal: Justin Bieber
2. “Tudo Que Você Quiser” - Canal: Luan Santana
3. “Show das Poderosas” - Canal: Anitta
4. “Cuide Bem Dela” - Canal: Henrique e Juliano
5. “Gangnam Style” - Canal: PSY
6. “Dark Horse” - Canal: Katy Perry
7. “Ai Se Eu Te Pego” - Canal: Michel Teló
8. “Domingo de Manhã” - Canal: Marcos e Belutti
9. “Mozão” - Canal: Lucas Lucco
10. “Plaque de 100” - Canal: MC Guimê
Não musicais 
1. "Pintinho Amarelinho" - Canal: Galinha Pintadinha
2. “Mataram a Formiguinha” - Canal: Dudu Batera
3. “Piuí Abacaxi” - Canal: Patati Patatá
4. “Para Nossa Alegria” - Canal: Julian Crispiano
5. “Tô Sem Sinal da TIM” - Canal: Galo Frito
6. “Pulguinha na Cueca do Vovô” - Canal: Paulo Zola & Francis Monteiro
7. “Joel Santana em Don’t Révi Caspa” - Canal: Head & Shoulders
8. “Compare, Comprove, Complete” - Canal: Oral B
9. “Metamorfose Ambulante” - Canal: Vivo
10. “Na Lata” - Canal: Porta dos Fundos

    Por que a Dinamarca quer acabar com moedas e cédulas de dinheiro?


    Na Dinamarca, pagamentos com cédulas e moedas caíram 90% desde 1990

    Quando as primeiras moedas foram cunhadas na Ásia, há 2,6 mil anos, foi dado início a uma verdadeira revolução no comércio em escala mundial.

    Mas cada vez mais países e especialistas se perguntam: ainda faz sentido manter o dinheiro físico em circulação?

    Aos poucos, esse questionamento leva a ações concretas, como na semana passada, quando o governo da Dinamarca anunciou que pretende dar fim ao uso de moedas e cédulas de dinheiro em lojas de roupas, postos de gasolina e restaurantes até 2016.


    Seu objetivo no longo prazo é tornar-se o primeiro país do mundo a eliminar a circulação de dinheiro físico.

    A medida foi apresentada como parte de um pacote de propostas para fomentar a produtividade de negócios.

    "A meta é cortar os consideráveis custos administrativos e financeiros envolvidos no uso de dinheiro", disse o governo dinamarquês.
    Novos hábitosFuturo será dominado pelo dinheiro eletrônico, acreditam especialistas

    Mas isso é de fato possível? No caso da Dinamarca, isso parece não só provável, como o governo parece estar em sintonia com os hábitos da população.

    Todos os adultos do país têm um cartão de crédito, segundo a Comissão de Pagamentos dinamarquesa, e os pagamentos com dinheiro físico sofreram uma redução de 90% desde 1990. Hoje, apenas um quarto deles é feito desta forma.

    Além disso, segundo uma pesquisa nacional, praticamente todos os pequenos negócios aceitam pagamentos com cartões e, em dois terços deles, isso pode ser feito com cartões internacionais.


    Algo parecido vem ocorrendo no Equador, onde o governo do presidente Rafael Correa colocou em prática, em dezembro de 2014, um sistema de dinheiro eletrônico.

    Um dos principais motivos era lidar com a exclusão financeira da maior parte de sua população - e o celular tornou-se uma ferramenta para isso.

    "Cerca de 40% da população economicamente ativa não tem acesso a uma conta bancária", explica o economista Fausto Valencia, diretor do projeto equatoriano. Mas 100% dos domicílios tem um celular.

    O sistema é administrado pelo Banco Central do Equador e permite realizar transferências entre usuários, compras e pagar passagens no transporte público. Em breve, também será possível pagar taxas públicas.


    Seu funcionamento é simples. Uma conta é aberta com o celular, sem uso da internet, discando *153#. Ela pode ser recarregada em lojas, e as transações são feitas por meio de mensagens.

    Valencia acredita que, no futuro, o dinheiro físico estará extinto. "Em países como Dinamarca ou Suécia, não levará muito tempo, porque não há problemas como pobreza e exclusão social como nós. Mas o dinheiro eletrônico é o futuro. Meus netos viverão em uma sociedade sem cédulas e moedas", diz.

    Mesmo assim, ele reconhece que algumas barreiras ainda precisam ser superadas. "Nas áreas pobres do Equador, temos um problema de educação financeira que vamos combater com um processo de formação, para que os cidadãos aprendam a usar o sistema", afirma.
    CustoEquador colocou em prática sistema inovador de dinheiro eletrônico em dezembro

    Mas quais são as reais vantagens do dinheiro eletrônico?

    Moedas e cédulas têm um custo de produção, armazenamento, transporte, além de haver comissões para sacá-lo do banco.

    Além disso, o Equador, por exemplo, precisa repor anualmente US$ 1,3 milhão (R$ 3,9 milhões) em dinheiro físico que se deteriora.

    Ao México, custará quase um peso (R$ 0,20) para produzir cada um dos 1,32 milhões de cédulas que serão necessárias neste ano, segundo a revista Excelsior.


    E seus habitantes gastarão quase 2,3 milhões de pesos com taxas relacionadas à obtenção de dinheiro físico, segundo um estudo da Universidade de Tufts, nos Estados Unidos.

    Segundo os pesquisadores Bhaskkar Chakravorti e Benjamín Mazzota, da Tuffts, cada americano passa 28 minutos por mês sacando dinheiro de caixas eletrônicos. E, todos os mexicanos juntos, gastam 48 milhões de horas por ano desta forma, segundo a mesma pesquisa.

    Por fim, o dinheiro físico leva à evasão fiscal. O governo americano perde US$ 100 milhões por ano com pagamentos em dinheiro não declarados.

    O dinheiro eletrônico ainda é mais ecológico. Valencia, do Banco Central do Equador, alerta para o custo ambiental do dinheiro físico, não só por sua produção e transporte, mas também por causa dos documentos exigidos pela burocracia.

    Por fim, o dinheiro físico é pouco higiênico. Em 2011, pesquisadores britânicos do Instituto BioCote chegaram à conclusão que tirar dinheiro em um caixa eletrônico deixa uma pessoa tão exposta a bactérias quanto usar o pior dos banheiros públicos.

    Menina de sete anos consegue hackear rede wi-fi em dez minutos


    Betsy, 7, participou de experimento para mostrar vulnerabilidade de redes públicas de wi-fi

    Uma menina de sete anos de idade precisou de pouco mais de dez minutos para hackear uma rede wi-fi.

    É o que descobriu uma empresa especializada em segurança cibernética que quis alertar o público sobre os perigos de se conectar a redes sem-fio pouco protegidas.

    No experimento, Betsy Davis, uma pequena fã de tecnologia que vive em Londres, conseguiu infiltrar a rede wi-fi em apenas dez minutos e 54 segundos, depois de algumas buscas no Google e de ler um tutorial na internet, afirmou a companhia, Hide My Ass.

    "A imagem de cibercriminosos escondidos em um quarto escuro em lugares afastados do mundo é antiquada", disse Cian McKenna-Charley, porta-voz da empresa.

    "É mais provável que eles estejam sentados ao seu lado no bar ou na biblioteca pública. Se uma criança pode hackear tão facilmente uma rede wi-fi em poucos minutos, imagine o dano que pode causar um hacker profissional e com intenções criminosas."
    'Brincadeira de criança'

    Para o hacker profissional Marcus Dempsey, que analisa a segurança de redes empresariais, os resultados do experimento são "preocupantes, mas não surpreendentes".

    "Sei como é fácil para qualquer pessoa entrar no dispositivo de um estranho. E numa época em que as crianças costumam saber mais de tecnologia que adultos, hackear pode ser literalmente uma brincadeira de criança."

    Os pontos de acesso público à internet, os chamados hotspots, são redes presentes em bares, hotéis, restaurantes, edifícios públicos ou em áreas abertas das cidades, como parques.

    Quando são pouco protegidas, os hackers conseguem acessar os dados transmitidos através dessas conexões - por exemplo, de usuários que entram em seu perfil em redes sociais ou se comunicam com seu banco.

    Leia mais: Cientistas criam vírus de computador que se espalha pelo ar 'como gripe'

    Betsy aprendeu a estabelecer um ponto de acesso como o usado por hackers para realizar os chamados ataques "homem no meio", nos quais é possível ler e modificar as mensagens entre duas partes sem que nenhuma delas perceba.

    No ano passado, o Parlamento Europeu teve que desconectar seu sistema público de wi-fi depois de ser alvo de um desses ataques.
    Cuidados

    Muitos dos milhões de pontos públicos de wi-fi no mundo exigem apenas um nome de usuário e uma senha para serem acessados.

    Especialistas como Dempsey recomendam que usuários evitem escrever informações pessoais e senhas quando conectadas a essas redes.

    Também lembram que é importante ensinar às crianças sobre os perigos da internet e educá-las eticamente sobre a troca de dados online.

    "Tão fácil quanto aprender a codificar para criar um jogo de computador é cair no mundo obscuro dos hackers", afirma Dempsey.

    Cientistas criam vírus de computador que se espalha pelo ar 'como gripe'


    Redes domésticas e de pequenas empresas são mais vulneráveis, diz pesquisador

    Cientistas de Liverpool, no Reino Unido, criaram um tipo de vírus de computador capaz de se espalhar pelo ar, por redes wi-fi, como "uma gripe comum".

    Em áreas densamente habitadas, onde há muitas destas redes sem fio, o vírus pode ir de rede em rede, procurando por suas falhas.

    Uma vez no controle de um ponto wi-fi, o vírus deixa vulneráveis os computadores conectados a esta rede .

    O chefe da equipe de pesquisadores disse à BBC que o objetivo é criar um programa de computador capaz de evitar que esse tipo de ataque seja possível.

    "Em vez de esperar que as pessoas criem senhas fortes, é melhor integrar sistemas capazes de detectar intrusos nesses pontos de acesso", disse Alan Marshall, professor de redes de comunicação da Universidade de Liverpool.

    Ele não quis entrar em detalhes sobre os métodos usados para prevenir o uso desse tipo de ataque, mas disse que a tecnologia necessária para testar esses métodos foi criada na universidade.
    Sob controle

    Chamado de "camaleão", o vírus procura por pontos de acesso a redes sem fio - aparelhos que transmitem o sinal wi-fi - que não tiveram suas senhas de fábrica alteradas.

    Essa senha é diferente das usadas para se conectar à rede sem-fio propriamente dita e, com frequência, não são alteradas por quem compra esses aparelhos.

    Isso dá controle do ponto de acesso ao hacker, que pode acessar os computadores conectados à rede para roubar informações.
    Disseminação

    Mas é o próximo passo do vírus que é mais incomum.

    Uma vez instalado no ponto de acesso, o vírus pode - sem ser controlado por um humano - buscar automaticamente outros pontos de acesso vulneráveis para assumir seu controle.

    Marshall disse à BBC que é improvável que isso represente uma ameaça às redes wi-fi de grandes empresas, já que elas normalmente têm muitos mecanismos de segurança.

    No entanto, redes domésticas ou de empresas menores, como restaurantes e bares, não costumam ter esses mecanismos.

    Segundo o cientista, como sua equipe conseguiu provar que a ameaça é real, o foco agora é criar um programa capaz de prevenir esse sequestro de redes sem fio.

    Como aprender algo sem fazer esforço

    Misturar técnicas pode ajudar na hora de memorizar novas informações


    Cara a cara com os maiores especialistas em memória do mundo, minha mente começa a se sentir bem humilde. O psicólogo britânico Ben Whately, por exemplo, me conta sobre o famoso Matteo Ricci, um padre jesuíta do século 16 que se tornou o primeiro ocidental a fazer os exames mais difíceis do serviço civil chinês.

    O teste era uma provação que envolvia memorizar milhares de páginas de poesia clássica – algo que poderia levar uma vida inteira. “Só 1% das pessoas passou na prova, mas Ricci conseguiu ser aprovado depois de dez anos, sem nunca ter falado chinês antes”.

    Será que a psicologia consegue nos dar o mesmo impressionante controle sobre nossas mentes? Esse é o objetivo de Whately. Junto com o ex-campeão de memorização britânico Ed Cooke, ele desenvolveu um aplicativo, Memrise, que usa alguns dos princípios aplicados por Ricci séculos atrás.

    Agora, eles se uniram a pesquisadores da University College London (UCL), da Grã-Bretanha, para lançar um concurso que tenta encontrar as técnicas mais eficientes de aprendizado e memorização.
    Distrações são o maior obstáculo para o aprendizado


    Especialistas em memória de todo o mundo foram convidados a conduzir experimentos para encontrar a maneira mais fácil e mais eficiente para memorizar novas informações.

    A tarefa que os participantes recebem é relativamente simples: no espaço de uma hora, terão que estudar uma lista de 80 palavras, e uma semana depois, devem mostrar de quantas se lembram. Para complicar, todas as 80 palavras estão em lituano.

    Apesar de alguns dos maiores cientistas do mundo terem participado do concurso em Londres, algumas técnicas utilizadas por eles não funcionaram na memorização da lista. “Isso mostra como é difícil aplicar princípios científicos ao aprendizado corriqueiro”, afirma David Shanks, chefe do Departamento de Psicologia e Ciências da Lingagem da UCL.

    Mas, apesar de algumas dificuldades, a maioria das equipes conseguiu se sair bem no teste. Para isso, em vez de se concentrarem em apenas uma técnica, eles usaram uma combinação das seguintes estratégias:

    1- Aceitar a ignorância

    Cometer erros é uma das melhores maneiras de aprender rapidamente, segundo psicólogos


    Testar os conhecimentos no caminho é uma das melhores maneiras de melhorar a capacidade de memorizar algo.

    E o mais surpreendente nesta técnica é uma estratégia chamada “geração de erros”: sem nenhum treinamento prévio, os participantes foram obrigados a tentar adivinhar o significado de cada palavra em lituano. “Da primeira vez, eles sempre erravam”, revela Shanks.

    Mas estudos psicológicos já mostraram que erros iniciais ajudam a memorizar as palavras. Simplesmente reconhecer sua ignorância prepara sua mente para trabalhar melhor da próxima vez – duplicando a memorização, em comparação a um grupo que não usou a técnica.

    Essa estratégia deriva do conceito da “dificuldade desejável” da Psicologia, que torna uma tarefa um pouco mais difícil para atrair a atenção e construir bases mais sólidas para o aprendizado.

    2- Surfar nas ondas da memória

    Inventar histórias surreais a partir das informações aprendidas ajuda a lembrar delas


    Muitos dos participantes do concurso da UCL desenvolveram algoritmos para entender o quanto conseguiam memorizar de cada uma das 80 palavras, para reavivá-las caso começassem a ser esquecidas.

    Outra maneira foi confiar na intuição para ajudar a cronometrar o aprendizado – deixando períodos cada vez mais longos entre um teste e outro. Um dos grupos experimentou fazer pequenos intervalos durante a tarefa de memorização. Isso ajudou a impedir que a fadiga tomasse conta.

    3- Estudar de tudo um pouco

    Variar os assuntos favorece a memorização, de acordo com especialistas


    Pode parecer tentadora a ideia de dividir o material em assuntos e ir memorizando-os um a um.

    Mas um grupo preferiu simplesmente memorizar palavra por palavra – da mesma maneira que campeões de memória fazem para se lembrarem de uma sequência de cartas, por exemplo.

    Se isso parece um pouco confuso, pesquisas sugerem que você acrescente variedade a uma sessão de estudos: é melhor distribuir o tempo de estudo em vários assuntos do que se concentrar em um só tópico.
    4- Inventar histórias

    Qualquer forma de “elaboração” pode ajudar a reativar as sinapses e lacrar a memória.

    Um dos grupos concorrentes no concurso em Londres decidiu que seus participantes deveriam criar uma história com as palavras que tinham que memorizar.

    Outra equipes até criou um “palácio da memória”, técnica que consiste em visualizar um ambiente conhecido e atribuir objetos nele às palavras que têm que ser memorizadas.

    Essa, aliás, foi a técnica que permitiu ao padre Matteo Ricci aprender chinês – e também é o que ajuda o campeão Ed Cooke a se lembrar de 2.265 dígitos binários em menos de 30 segundos.

    Para ele, esses métodos poderiam ser usados não apenas para aprender um novo idioma, mas também para outras disciplinas, como História e Matemática.

    Mas como todo estudante sabe, o maior obstáculo ao aprendizado é a distração. E precisaremos de muitos outros concursos entre cientistas e craques da memória até conseguirmos saltar esse obstáculo.
    font bbc